Friday, March 23, 2007

Um exploratório...

O cineasta João Moreira Salles acabou de ser
premiado pelo seu mais recente documentário cujo título já diz tudo: Santiago (Reflexão sobre o material bruto). O filme é sobre a vida do mordomo da família e foi filmado em 1992. Recentemente, ao rever o material e ver como havia trabalhado impondo seu ritmo e seu modo de fazer ao personagem, J. M. S. se dá conta que não poderia refazer mais nada pois o mordomo já morrera. Decide então mudar o enfoque do filme e resolve mostrar o cineasta que estava em busca do material perfeito, do depoimento perfeito e de quanto estava distante do verdadeiro personagem. O filme se transforma na narrativa do seu aprendizado e de suas transformações durante essa construção.
Semelhanças com a PE? Um dos nosso princípios: trabalhar para o desenvolvimento mútuo, nos leva a esse respeito pela pessoa (aluno ou professor) e o convite para trabalhar em conjunto, de forma integradora.

Thursday, March 15, 2007

Uma reflexão da Adriana


É interessante observar que as definições relatam algum sentimento: paixão, bem estar, satisfação. Para mim, isto revela o quão difícil é definir racionalmente, com palavras, o que seja a Prática Exploratória - sempre recorremos aos sentimentos como forma de expressão. Talvez seja pelo fato de que não “fazemos” P. E. mas, de forma diferente, “sentimos” a P. E.

Tuesday, March 13, 2007

Momento pedagógico

Hoje é com Foucault que vamos. Que tal o que ele diz?
"O saber que busca só a aquisição de conhecimentos não tem valor; é preciso descaminhar aquele que conhece."
(A foto é do Doisneau)

Friday, March 09, 2007

Estão chegando mais definições!

Prática Exploratória é...
... ter paixão por questionar!!!
... uma postura de bem estar em sala de aula.
... tornar visível a satisfação de se fazer parcerias entre alunos/alunos, alunos/professores e professores/professores.
... um estilo de qualidade de vida (em sala de aula).

Wednesday, March 07, 2007

Concurso?




Estamos abrindo em espaço para receber definições de Prática Exploratória.
Já chegaram algumas!
A Prática Exploratória é ...
... reflexão e investigação.
... o uso do conteúdo como “instrumento” de promoção da

aprendizagem (da vida).
... prazer.
... tentar amenizar o trabalho do professor em sala de aula.


Estamos esperando pela sua definição...

Sunday, March 04, 2007

Crepúsculos dos deuses?


Outro dia li uma entrevista com um ex-ministro francês e filósofo, Luc Ferri, o responsável pela proibição de referências religiosas nas escolas francesas. Ele deve estar vindo ao Brasil para uma série de palestras e toda sua mensagem é muito influenciada por Nietzsche especialmente o Crepúsculo dos ídolos (ou como filosofar com o martelo). Ferri é bastante iconoclasta e acha que a sociedade agora está em busca das verdades das comunidades e não de grandes pensadores, líderes políticos e religiosos.
Fui dar uma olhada no texto do Nietzsche, numa edição do ano de 2000, editada pela Relume Dumará. É o seu último livro e na contracapa já dizem que esta é uma obra da sua maturidade onde ele quer, com o martelo, quebrar a rigidez das idéias dos ídolos do pensamento (filósofos gregos, alemães, franceses ou ingleses) e, sem aniquilar tudo, propor-lhes uma revitalização.
Falando de educação, ele compara o ideal de “melhorar” os homens ao de desejar “domesticá-los”. “Quem sabe o que acontece nos amestramentos em geral duvida de que a besta seja aí mesmo “melhorada”. Ela é enfraquecida, tornam-na menos nociva, ela se transforma em uma besta doentia através do afeto depressivo do medo, através do sofrimento, através das chagas, através da fome.” (p.58)
E sobre educadores: “Educadores são necessários, educadores que sejam eles mesmos educados, espíritos superiores e nobres, que mostrem seu valor a cada instante, através da palavra e do silêncio, culturas que se tornaram maduras e doces.” (p.68)
Mais um pensamento muito bom é quando ele propõe as “nuances”, os “pés leves”, quando fala da necessidade de se aprender a pensar: “Em verdade, não se pode subtrair da educação nobre a dança em todas as suas formas: poder dançar com os pés, com os conceitos, com as palavras; eu diria ainda que também se precisa poder dançar com a pena.” (p.71)
E, para fechar com algo bem conhecido dos "exploratórios", Nietzsche diz que "Quando se possui o "por quê?" da vida, então se suporta todo "como?"." (p.11)